
TESTEMUNHOS
(Página em construção)
Ana Paula Pereira
Professora de Educação Física
Covilhã
“Candidatei-me à 1ª edição de Turismo e Voluntariado do INATEL e fui selecionada. Fiz parte do 2º grupo de voluntários que estiveram em S. Tomé e Príncipe, de 20 a 29 de outubro de 2015. O espírito da minha missão assentou na possibilidade de participar como voluntária num projeto social, num país de língua oficial portuguesa, com uma população desfavorecida, convivendo com culturas diferentes, intervindo no terreno e, sobretudo, contribuindo para o crescimento dessa comunidade.
Conheci a AMA, através de Alexandre Teixeira, o guia local, logo na chegada ao aeroporto de S. Tomé e Príncipe. Durante dez dias tivemos o privilégio de poder pôr em prática, um plano de ação previamente estabelecido, junto de várias comunidades, onde a AMA intervém. Conheci, participei e vivenciei o Projeto Educativo de Solidariedade Social “1 Mochila, 2 Sorrisos”, o Projeto de Educação e Sustentabilidade Ambiental, designado por 4R´S.
Para além disso, pude testemunhar as várias estruturas, dinâmicas e respostas criadas para apoiar as populações locais mais desfavorecidas, a formação educacional, a inserção social de pessoas das comunidades envolventes e até a intervenção da economia local.
Ou seja, pude testemunhar todo um trabalho, abraçado localmente, com uma responsabilidade social enorme, indispensável ao crescimento e desenvolvimento, quer das populações, quer da própria ilha. Por isso marcar presença na 4ª Gala Rádio Vizela, um evento que tem intimamente associado a si uma vertente de cariz humanista e estritamente benemérita e em que o público é convidado a fazer uma oferta simbólica que vai reverter na totalidade a favor da AMA é contribuir para a continuidade “eterna” da AMA. É poder sentir esta causa também como nossa!”
Ana Paula Pereira / 2015


Bárbara Vasconcelos Gonçalves
Ciências do Desporto
Vizela
“O que me levou a São Tomé foi, em primeiro lugar, a curiosidade de conhecer um novo país, em especial um país como São Tomé! Procurava também um novo desafio...algo onde me pudesse transcender como pessoa. Já tinha participado em alguns projetos de voluntariado em Portugal, sempre tentando absorver ao máximo essa aprendizagem e dar o que posso em troco. Mas, na minha opinião, é sempre maior aquilo que trazemos do que aquilo que damos. É inevitável! Depois pela experiência em conhecer novas culturas e diferentes realidades e superar-me enquanto “viajante solitária”, com pessoas que não conheceria de lado nenhum e onde teria, quase de certeza, que me desenrascar e pôr à prova muito das minhas inquietações. Olhava à minha volta e percebia que cada vez mais uma máquina desta terrível sociedade, que não pára para olhar para o lado ou para o que se passa do outro lado do mundo.
Tudo o que eu possa dizer sobre São Tomé é escasso para tudo o que há a dizer sobre este pequeno paraíso. Quando cheguei fui arrebatada pela ilha. Não é uma experiência que dê para toda a gente, mas se formos de coração aberto e espírito aventureiro, facilmente, nos adaptaremos à autenticidade daquela população simpática, extraordinária, de bom trato, prestável, afável, bem-disposta… muitos sorrisos e muito calor humano. É fácil encartarmo-nos com as paisagens e imbuirmo-nos de momentos que nos aditam a alma. Ainda hoje, há coisas sobre São Tomé que nem as fotos, nem as palavras conseguem descrever. Faz-nos pensar no sentido da vida, naquilo que realmente nos faz feliz.
Mas como em todos os paraísos na terra, São Tomé também tem o seu lado menos bom e facilmente nos deparamos com situações que nos tiram o sono. Muito para além do que se vê nas fotografias das belas praias e paisagens das viagens que as agências nos aconselham a comprar, há muitas outras coisas… Existe uma grande escassez no serviço público de saúde, diria mesmo que o que existe é bastante precário, deficiências na área da educação e uma rede pública de saneamento quase inexistente e deficitária. Mas faltam, sobretudo, infraestruturas de apoio técnico e social. Existe também uma enorme disparidade entre os que tudo têm e os que pouco ou nada têm! Perturbante é ainda perceber que todo o local (campo, estrada, praia, floresta) é depósito de lixo, qualquer que seja a sua classificação. Desorientador é igualmente conviver com uma realidade onde mais de metade da população vive abaixo da linha de pobreza e perceber que as crianças são as maiores vítimas.
A AMA tenta colmatar algumas destas dificuldades intervindo no terreno junto das comunidades. É uma associação que acredita muito no poder da formação e informação. A maioria das comunidades encontra-se em locais bastante isolados e remotos, onde a informação é quase inexistente. A AMA tenta, acima de tudo, transmitir valores educacionais, cívicos e distribuir material educativo, roupa e bens alimentares. Tenta também prevenir alguns aspetos ao nível da saúde, principalmente, fornecendo os cuidados primários.
A associação Artis tem também a seu cuidado um menino de rua, o Pedrinho, nome que carinhosamente se encaixa num rapaz que enche o coração de todos com a sua simplicidade e humanidade. É a associação que o está a integrar na sociedade São Tomense e a ajudar na sua educação e formação. Assim como o Pedrinho existem outros cidadãos São Tomenses que começam a integrar funções e a ajudar também nas diferentes comunidades. A AMA tem também a seu cargo o projeto 1 Mochila, 2 Sorrisos em colaboração com as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que tem como objetivo por cada mochila comprada em Portugal (10 Euros), outra é enviada para São Tomé com kits de material educativo. Mas a AMA exerce ainda um importante papel na área do meio ambiente, reciclagem e desenvolvimento sustentável.
A sua ação é essencial e louvável na medida em que trabalha com a finalidade de promover objetivos comuns a comunidades que procuram afirmar-se diante de uma sociedade repleta de precariedades, contradições e preconceitos. É, sem dúvida, uma causa em que todos devemos e podemos acreditar! E ter a certeza que as coisas que doamos são realmente utilizadas e que a formação chega às pessoas certas é efetivamente pacificador.
De louvar é também o trabalho no terreno do Alexandre Teixeira e de todos os voluntários que têm assumindo missões de grande valor, que caberiam aos poderes públicos, na maioria das vezes, omissos ou indiferentes”.
Barbara Vasconcelos Gonçalves / 2015
Joana Francisca Rocha
Médica
Maia
“Sempre quis fazer voluntariado e ir a África. Este projeto, pela sua curta duração, permitia-me concretizar este sonho sem ter que pedir licença sem vencimento, que é extremamente dificil de obter atualmente.
O que pude testemunhar é que a AMA tem mudado a vida de muitas pessoas. É dificil mudarmos o mundo mas é muito fácil mudar muitas vidas para melhor, de forma individualizada e de forma que essa mudança continue quando não estamos no país.
E as vidas que se mudam vão “contagiando” outras. Também tive oportunidade de ver os projetos implementados em várias escolas, outros projetos de educação para a higiene oral e para a importância da recolha de latas (que de outra forma vão poluir a ilha). Acima de tudo, a AMA uma associação de trabalho honesto (e isto é de extrema importância no voluntariado....) e que tenta criar laços de mutualismo entre jovens portugueses (promovendo valores tão importantes nestes jovens) e comunidades em São Tomé. Todos recebem imenso mas têm de dar imenso.
Sendo a 4ª Gala Rádio Vizela a reverter para a AMA, as pessoas deverão fazer questão de marcar presença, porque S. Tomé ainda é um país “naive” e se for apoiado por associações honestas e realmente empenhadas em fazer a vida dos nativos melhor, será um país com muitas potencialidades. Não penso que deva assemelhar-se à Europa porque a Europa tem muitas coisas negativas, mas com certeza há muitas coisas boas que se podem fazer pela população de S Tomé, no que concerne à educação e à saúde. Quantas mais pessoas se envolverem de alma e coração com este projecto mais coisas fantásticas se farão e há poucas coisas melhores do que fazer a diferença para o bem na vida de pessoas tão boas e com tanto para dar”.
Joana Francisca Rocha / 2015

Cecília Silva
Técnica Superior Especialista em Estatística
Maia
O tempo que tenho dedicado à associação Alma Mater Artis é de entrega da minha Alma.
Na associação, já fiz um pouco de tudo… Fiz parte das reuniões de direção no planeamento de atividades e eventos, tratei da logística necessária na associação, dei apoio a ações de voluntariado em São Tomé, ajudei na preparação dos espetáculos e organizei mensalmente as feirinhas solidárias.
No ano passado, desenvolveu o projeto “1 mochila 2 sorrisos”, do qual muito me orgulho, em que, por cada mochila vendida em Portugal, outra é entregue a um menino em São Tomé, com material escolar.
Tenho feito várias atividades de voluntariado. A atividade que desenvolvo neste momento na associação Alma Mater Artis começou no segundo trimestre de 2014, por convite do responsável do nascimento deste projeto, Alexandre Teixeira, que além do gosto pela dança, tem em comum comigo esta vertente do voluntariado. A razão, nem sei muito bem porquê, mas sei que não o fazer não tem sentido. E dizer que não temos tempo… Quando comecei, apenas ocupava uma hora por semana.
A minha ida em 2015 a São Tomé, onde estive um mês. Foi um dos momentos mais marcantes na minha vida, sem dúvida, não vim de lá igual. Digo mesmo que ainda hoje estou a digerir muito do que vi e vivi lá. Mas sei que lá me encontrei, e descobri o melhor que há em mim. Lá, onde pouco há, fazer algo simples como entregar uma única bola para dezenas de crianças, algum material escolar, ou algumas roupas a crianças com a roupa toda rasgada e rota, descalços com lama nos pés e receber um seu sorriso doce e envergonhado, corta-nos o coração. Sentimos que não queremos ser mais um a passar! Isto não me sai da cabeça todos os dias desde que voltei. É perturbador em pleno século XXI vivenciar isto, e há muito que não consigo descrever por palavras, deixo algumas fotos...
Em que medida essa atividade funciona como uma atenuante da pressão profissional quotidiana?
É simplesmente renovadora, é este momento na minha vida o que me alimenta a alma, além da família e dos amigos, claro...acho mesmo que sem isto não teria energia para continuar. Quando estou nas atividades com os miúdos, quer nos bastidores dos espetáculos, quer nas feirinhas solidárias, a energia é contagiante...aí tudo ganha e faz sentido. Senti isso profundamente quando estive em São Tomé, porque ao entregar muito pouco, conseguimos ver mudanças reais na vida das pessoas, sentimentos espontâneos de alegria, e isso é mágico.
Como consegues equilibrar a vida entre essa função, a posição no INE e a vida pessoal/familiar?
Não é simples, há períodos mais calmos e outros que são uma correria. É verdade que as noites e fins-de- -semana muitas vezes desaparecem e são maioritariamente para a associação. Por exemplo, este fim-de-semana estive a pintar o novo espaço da associação e pouco mais fiz, os amigos e a família ressentem-se um pouco, mas a nossa felicidade é tão transparente que sinto mesmo que é-lhes impossível dizer alguma coisa, pelo amor que me têm e pelo bem que me desejam...é sem dúvida uma prova de amor, não tenho qualquer dúvida, pois além de compreenderem ainda ajudam a partilhar as iniciativas. O voluntariado ajuda-me a ser uma pessoa mais equilibrada e tranquila, permitindo-me efetuar um melhor trabalho no INE, no dia-a-dia.
Que mensagem deixarias para reflexão no sentido da importância de “ter vida para além da vida profissional”?
Que é possível dedicarmos um pouco do nosso tempo aos outros e que muitas vezes nem imaginamos o quanto isso nos pode fazer felizes e mudar o nosso dia. O sorriso de alguém desconhecido e anónimo é mais gratificante do que possamos imaginar...voluntariado não é ter pena dos pobrezinhos… é uma responsabilidade, é ter consciência da sorte de se ter nascido do lado certo do mundo. Ninguém escolhe a sua família, e isso faz toda a diferença nas oportunidades e percurso na vida... Então que se experimente fazer um exercício de imaginar o que é nascer num país pobre onde nada há. Nos dias de hoje só não vê quem não quer, mas sem dúvida é mais fácil não ver. Sinceramente, quando me diziam “Obrigado” do outro lado, nunca senti que o merecia, senti sim que era a minha obrigação! Sorte tive eu! O meu percurso nem sempre foi fácil, mas sempre tive muito Amor, alguém que cuidou de mim, alguém que me alimentou, que me proporcionou educação, acesso a cuidados de saúde, me protegeu, tive pais que me ensinaram a estar atenta aos outros, aos que tinham menos, às notícias da miséria no mundo, às dificuldades das pessoas mais pobres. Vi os meus pais partilharem e ajudarem os outros. Hoje sei que me alimento do Amor que vivo, das pessoas, das emoções, da alegria, dos laços que crio com as pessoas que me preenchem e que a palavra que terá mais sentido no meio disto tudo, é a “Partilha”… Daí o voluntariado. Não posso mudar o mundo, como sempre quis desde criança, revoltada com as injustiças no mundo, hoje só quero melhorá-lo um pouco.
E sinto sempre, que recebo muito mais do que dou.
Cecilia Silva / 2015-2016-2019

Ana Sofia Morais
Porto
Estou com a AMA à relativamente pouco tempo (desde Maio de 2019) no entanto já tive a oportunidade de fazer algumas ações de voluntariado tanto no Porto como em São Tomé e Príncipe.
No Porto acompanhei de perto e no terreno, o projecto 'Conversas Pintadas' nas várias apresentações, inclusive acompanhei o artista cabo-verdiano Oleandro. Fomos ao Museu de Serralves, ao Museu Soares dos Reis onde conhecemos a prestigiada artista Graça Morais, ao Palácio das Artes ver a exposição de Picasso e à famosa rua das galerias de arte, a Rua Miguel Bombarda. Em Dezembro fiz voluntariado na FNAC que é uma atividade muito interessante onde conhecemos melhor outros colegas voluntários e temos contacto directo com muitas pessoas.
Em São Tomé e Príncipe, em Novembro de 2019, conheci os membros da Associação, a Lia, o Adler, o Sr. João, o Pedrinho, o Kito, todos muito prestáveis! Com Kito fui à Escola Atanásio Gomes falar com a diretora sobre os alunos ainda sem registo (bilhete de identidade) e sobre a sala dos invisuais que a AMA irá ajudar com fornecimento de material. Estive também na comunidade de Matocana com a Lia conhecer a comunidade e trabalho desenvolvido pela AMA; vi a horta pedagógica, apresentada pelo Sr. João, vi a sala de cinema infantil, vi o espaço de armazenamento de donativos e o espaço dos primeiros socorros, estes três espaços apresentados por Adler. Conheci algumas crianças desta comunidade que vieram logo ter comigo, muito carinhosas, o que foi encantador e inesquecível! Conheci o atelier do Jimmy e do João que ajudam no projecto 'Dar com Sentido' e o próprio Jimmy, muito simpático. Fui à comunidade de Milagrosa com a Lia e o Adler conhecer o Sr. João e a esposa, entretanto falecida, e perceber o que ainda falta para este senhor, já com alguma idade, ter as condições mínimas de habitabilidade. O Sr. João é uma pessoa incrível, adorei conversar com ele! Com o Pedrinho estive pouco tempo mas só ouvi-lo ao telemóvel uma vez deu para perceber que é muito, muito carinhoso!
Todo o voluntariado prestado à AMA foi feito com muito carinho e dedicação e sou imensamente grata pela oportunidade oferecida. Obrigada.
Sofia
andidatei-me à 1ª edição de Turismo e Voluntariado do INATEL e fui selecionada. Fiz parte do 2º grupo de voluntários que estiv para a continuidade “eterna” da AMA. É poder sentir esta causa também como nossa!”
Ana Paula Pereira / 2015
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Ana Sofia Morais / 2019
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Cecília Silva / 2015-2016-2018